Por Camila Casarotto
Publicitária e especialista em Marketing Digital, fascinada pelo poder das palavras, pela endorfina do esporte, pela energia da natureza e pelas lambidas dos cães.
Publicado em 13/05/2018. | Atualizado em 19/05/2020
Orações Subordinadas Substantivas são orações que exercem papel de substantivo e podem ser encontradas nas frases com funções de sujeito, complemento, objeto, predicado e aposto. Assim, a classificação sintática de uma oração subordinada substantiva depende do contexto.
Quem faz produção de conteúdo geralmente não fica analisando se determinado trecho é um objeto indireto ou um adjunto adnominal. O trabalho flui naturalmente, sem pensar nas regras da Língua Portuguesa.
Porém, sempre surge alguma dúvida: “será que vai uma preposição aqui?”, “esta crase está certa?”. Aí, temos que relembrar a norma culta para evitar aqueles erros de português que podem prejudicar a credibilidade do texto.
Por isso, neste post, vamos falar da oração subordinada substantiva, um tipo de construção muito comum em qualquer texto, que pode despertar algumas dúvidas.
Lembrou-se das aulas da escola? É isso mesmo que queremos: refrescar a sua memória e mostrar alguns exemplos para você conseguir aplicar nos seus textos. Acompanhe:
Primeiramente, vamos entender o que significa, palavra por palavra, essa expressão:
Veja um exemplo para entender melhor:
“É importante que as pessoas valorizem a leitura”.
Nessa frase, a oração principal é o trecho “é importante”, já que contém um verbo e será complementada pela oração seguinte. Já o trecho “que as pessoas valorizem a leitura” é a oração subordinada substantiva. Mas como identificar essa classificação? Vejamos:
A oração subordinada substantiva pode exercer, na estrutura da frase, as funções sintáticas de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal ou aposto. Cada uma dessas funções representa um tipo de oração, que veremos a seguir.
Mas, antes, você precisa saber que as orações subordinadas substantivas podem ser desenvolvidas ou reduzidas.
Na forma desenvolvida, elas são introduzidas por uma conjunção integrante, geralmente “que” ou “se” (mas também pode ser “quem”, “quantos”, “como”, “onde”, “quando”, entre outros). Nesses casos, a conjugação do verbo fica no indicativo ou subjuntivo.
Já na forma reduzida, as conjunções são subtraídas. Elas não aparecem na frase e, por isso, pode ser mais difícil identificar a oração como substantiva. Mas, para isso, você pode olhar para o verbo (que será conjugado no infinitivo, gerúndio ou particípio) e fazer a substituição por “isto”, “disto”, “nisto”, “para isto” etc. Pode testar que dá certo, viu?
Conheça agora os tipos de orações subordinadas substantivas, conforme a função sintática que exercem na frase:
É quando a oração exerce função de sujeito. Para encontrar o sujeito em qualquer frase, você deve fazer a pergunta “que é que…?”. Veja um exemplo:
Pergunte-se: “que é que não era permitido?”. O sujeito, então, é a oração subordinada substantiva subjetiva “que as mulheres jogassem futebol”. Outros exemplos:
A oração faz a função de objeto direto, que complementa um verbo transitivo direto e não leva preposição. Se você consegue substituir por “isto” e manter a correção da frase, significa que você tem uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Confira alguns exemplos:
A oração exerce função de objeto indireto, que complementa um verbo transitivo indireto e leva uma preposição. Portanto, neste caso, você pode substituir por “disto”, “nisto”, “a isto” etc. para identificar uma oração subordinada substantiva objetiva indireta. Confira:
Lembra-se do complemento nominal? Ele é muito parecido com o objeto indireto, por também contar com uma preposição, porém a sua função é complementar um nome, não um verbo.
Portanto, uma oração subordinada substantiva completiva nominal complementa um nome (que, nesse caso, pode ser um substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio) presente na oração principal. Aqui você também pode fazer a substituição para testar. Veja os exemplos:
Nos exemplos acima, perceba os nomes que são complementados pelas orações: “dúvidas” é um substantivo abstrato, “apto” é um adjetivo e “longe” é um advérbio.
Este tipo de oração faz a função de predicativo do sujeito da oração principal. O predicativo é o termo que complementa o sujeito de uma oração ao atribuir-lhe uma qualidade e sempre é acompanhado de um verbo de ligação, que indica um estado (ser, estar, parecer, ficar etc.).
Portanto, é fácil identificar esse tipo de oração, que sempre aparece da seguinte forma: sujeito + verbo de ligação + oração subordinada substantiva predicativa. Confira os exemplos para entender:
A oração exerce função de aposto, que serve para explicar ou especificar melhor um termo anterior. A oração subordinada substantiva apositiva geralmente vem depois de dois-pontos.
Viu como as orações subordinadas substantivas são bastante comuns? Estamos sempre usando as conjunções integrantes ou variando entre orações desenvolvidas e reduzidas, o que pode gerar dúvidas. Então, agora que você domina o assunto, já tem mais ferramentas para deixar seus textos mais ricos e não cair nas armadilhas do português — que não são poucas!
Agora, então, aproveite para baixar a cartilha da nova ortografia e saber mais sobre as regras da Língua Portuguesa para ajudar você nos momentos de dúvida.